Valores não recorrentes aparecem com frequência tanto em resultados trimestrais quanto em balanços divulgados por empresas e podem implicar em decisões enviesadas pelo investidor, caso passem despercebidos. Assim, aprender a diferenciar esses eventos é de suma importância na análise fundamentalista.

São considerados não recorrentes os eventos, lucros e prejuízos alheios à operação orgânica da empresa, ocorrendo por razões específicas e isoladas, como:

• ganhos ou prejuízos em causas judiciais;
• impactos financeiros pela desvalorização cambial;
• venda ou alienação de imóvel;
• recuperação de crédito tido inadimplente, etc.

Eventos não recorrentes esporádicos não causam grandes repercussões, mas, no momento que a empresa passa a ter esses valores divulgados consecutivamente a cada trimestre, a análise do resultado se torna longa e complexa, especialmente se o caso em questão for de prejuízo. Esse cenário pode sinalizar problemas crônicos de gestão.

Uma forma intuitiva de identificar os não recorrentes é pela compararação com o mesmo período do ano anterior. Como as atividades da empresa costumam ser as mesmas a cada trimestre, um evento destoante certamente sinaliza um ponto de atenção a ser estudado pelo investidor.