Mercados primário e secundário
- Mercado
- 27 AGO 2020
- investo!
Empresas de capital aberto ou outros emissores de valores mobiliários necessitam a todo momento conduzir projetos de investimento e ampliação de suas operações. Convencionalmente, o instrumento para viabilizar essas iniciativas gira em torno de empréstimos e financiamentos bancários. Seria essa a única forma de obtenção do capital necessário?
Nesse contexto, o mercado de capitais tem como função possibilitar que as companhias captem recursos diretamente do público investidor em condições mais favoráveis que as oferecidas por instrumentos de crédito tradicionais. Quando as empresas optam por levantar recursos por esse meio, é realizada uma nova emissão de valores mobiliários no mercado.
Assim, o mercado primário é aquele em os valores mobiliários de uma nova emissão de uma empresa listada são negociados diretamente entre a companhia e os futuros acionistas, que se tornam subscritores da emissão, e os recursos são destinados majoritariamente para os projetos de investimento ou mesmo o caixa.
Como muitos dos papéis negociados, incluindo ações e cotas de fundos imobiliários, representam frações patrimoniais, ou seja, títulos de propriedade, esses valores mobiliários não são resgatáveis em uma data determinada, portando não têm vencimento. De forma similar, alguns podem ter prazos de vencimento muito longo. Essas características poderiam dificultar o processo de emissão das empresas, acabando por afastar investidores em potencial do mercado de capitais caso não tivessem um mecanismo de negociação eficiente com terceiros dos valores mobiliários subscritos.
Portanto, o mercado secundário atende exatamente essa necessidade. É o local onde os proprietários dos títulos negociam e, por conseguinte, transferem entre si os valores mobiliários emitidos pelas empresas listadas. Não há nenhuma participação da companhia emissora nesse mercado: apenas a transferência de propriedade e de recursos entre investidores. Assim, o mercado secundário injeta liquidez aos títulos emitidos no mercado primário, em um mecanismo de retroalimentação.