Fundos quantitativos, a sardinhice da moda
- Fundos
- 16 SET 2020
- investo!
TL;DR: não testamos, não gostamos; não testaremos, não gostaremos.
Não obstante termos publicado artigo sobre a ineficiência dos fundos como instrumento de investimento, e o anacronismo acerca da cobrança de taxas de administração e de performance, abordaremos nesse texto uma modalidade de fundo, não menos sardinhesca, mas que tem obtido crescente popularidade recentemente: os fundos quantitativos.
Por definição, fundos quantitativos são aqueles que investem em ativos de diversas classes (portanto classificados formalmente como 'multimercados'), mas cuja estratégia de alocação é definida total ou majoritariamente por algoritmos programados a partir de uma diretiva inicial do gestor. Pode parecer algo extremamente complicado e sofisticado por envolver a codificação de uma inteligência artificial capaz de observar as minúcias do mercado de forma ininterrupta e reagir da melhor forma possível assim que uma tendência seja detectada.
Na prática, contudo, o resultado não poderia ser mais distante. Fundos quantitativos são ótimos para a seguinte prática: giro de capital. Algoritmos que extrapolam projeções de lucro dificilmente levam em consideração atritos de mercado ou 'timing' de entrada e saída. A estratégia parece orbitar em torno de programar uma máquina de estados que faz 'trades' preditivos visando ganhos rápidos. Como reza a cartilha: rentabilidade é a máquina de triturar sardinha.
De resto, se comportam rigorosamente igual a toda família de fundos de investimento abertos: taxas e mais taxas, fórmulas secretas para alocação de ativos, 'gestores gurus' e 'magos do mercado' a frente da operação, popularidade e grande adesão na alta e debanda e venda em pânico na baixa. Fique fora!