Renda fixa: entendendo a relação risco vs. retorno

Renda fixa: entendendo a relação risco vs. retorno



TL;DR: O intuito principal de adicionar ativos de renda fixa na carteira está relacionado à segurança e previsibilidade. Não faz sentido correr risco desproporcional ao retorno nessa modalidade de investimento.

Recentemente, observamos a seguinte postagem em uma mídia social de educação financeira, fazendo alusão ao recente aumento da taxa SELIC:

Fica evidente que a intenção da publicação é comprovar a total ineficiência da poupança como instrumento de investimento a longo prazo. De fato o raciocínio é correto, e não há o que argumentar em relação à desvantagem de manter o capital unicamente alocado na poupança.

O saldo que o investidor deve manter em poupança, conforme mencionamos em artigo anterior, deve ser reservado primordialmente para eventual emergência. Nesse cenário, o retorno esperado para essa modalidade de investimento é secundário, sendo a liquidez o objetivo principal.

O que a publicação falha em deixar claro é que o risco que o investidor assume nos outros títulos privados de renda fixa é desproporcional ao retorno, apesar de expressivamente maior que a poupança. Apesar de repetirmos isso recorrentemente, não custa relembrar: rentabilidade é a máquina de triturar sardinha.

Todo retorno de ativos financeiros está intimamente ligado a seu risco. Dessa forma, quanto maior o risco, maior deve ser o retorno exatamente como compensação de exposição a essa incerteza. No jargão de mercado, esse diferencial a mais é chamado de "prêmio".

Fintechs de crédito, bancos de investimento e de varejo de baixa capilaridade e financeiras em geral, por terem menor consolidação no mercado (e, por conseguinte, menor rating), oferecem um prêmio maior ao investidor exatamente para se tornarem mais atrativos e, assim, atingir o objetivo de aumentar a captação de recursos sob sua gestão.

A grande questão é: esse maior prêmio é suficiente para que o investidor deixe de investir em instrumentos de renda fixa mais seguros, como o Tesouro Direto? A resposta simples é não! Mesmo contando com medidas de proteção como o fundo garantidor de crédito (FGC) ou similares, a mão de obra de acionar esses dispositivos em caso de default (calote) não compensa o aumento marginal da rentabilidade que esses títulos oferecem. É um total contrasenso correr risco de renda variável, com retornos potencialmente ilimitados, investindo em renda fixa, com a rentabilidade definida no momento da compra.

Portanto, o investidor não deve se deixar influenciar pela maior rentabilidade simplesmente. Se tratando da modalidade de renda fixa, o foco principal deve ser segurança e previsibilidade, e nesses aspectos os títulos públicos do Tesouro Direto são os instrumentos mais indicados. Para riscos maiores, o retorno deve obrigatoriamente ser condizente, algo que só é possível se expondo a ativos de renda variável (ações, FIIs, REITs, stocks, etc.).

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